sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Delírios de grandeza...

Em 20 de Setembro ultimo publiquei aqui uma reflexão sobre felicidade, parará pão duro e tal.
Sim, um momento de plenitude pode (no meu ponto de vista) ser tão importante para a pessoa que vive aquilo, quanto deixar seu nome marcado na história. Até aí beleza.
Mas e se você já teve algo tão bacana, chegou ao topo, o máximo que uma pessoa pode alcançar em termos de felicidade, embora curto? Vive o resto da vida amargo porque perdeu? Ou agradece a vida por ter tido?
Eu prefiro agradecer, e desencanar de ter aquilo novamente.
Já foi, viver outras coisas, outras sensações.
Carpe diem.

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Aí entra meus "Delírios de grandeza", expressão tão bem colocada pela minha boa amiga Mel em seu ultimo comentário.
Tava lendo sobre Platão e Aristóteles esses dias (quando a gente acha que se livrou deles eles nos puxam novamente para filosofia antiga, eles...Aqueles sapecas, os Pré-Socráticos, Sócrates, Platão, Aristóteles e cia, só porque são imortais ficam lá zuando nossa ignorância).
Todos eles, pensadores clássicos aos contemporâneos, tinham, acreditem, algo em comum comigo! Sério! Eles tinham celebro! E olha que bacana, também tenho! Eles usavam esse celebro e eu pelo menos tento usar o meu.
Das duas uma: Eu não sou ninguém e provavelmente morrerei sem ser. Posso aceitar isso, ou não, posso tentar expressar algumas ideias para ver se, de repente, alguém se interessa nelas depois de minha morte(eu tenho pavor da ideia de desperdiçar meus poucos anos nesse planeta de forma estúpida e vazia), prefiro a segunda opção. Então continuo andando, seguindo tolo e faminto, delirando sobre grandeza...

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Sobre o doce: Eu já disse que vou te mandar chocolates =P

domingo, 21 de setembro de 2008

O primeiro presidente Obama da História dos EUA

A alguns anos, fui fazer uma pesquisa sobre poetas negros da língua portuguesa.
Através da Internet, pude conhecer um, português, poeta contemporâneo, não lembro o nome dele agora, o bacana foi que ele me deu um puta fora quando fiz perguntas os tais poetas negros: "Eu sou poeta e ponto, afetaria minha obra se eu fosse vermelho com bolinhas brancas?"

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Enfim, passo boa parte do meu tempo pensando, lendo, estudando e debatendo sobre o que realmente importa, com o que posso dominar, contribuir, com a filosofia. Infelizmente não posso ser por exemplo um grande inventor, ideias não faltam, mas não tenho a bagagem suficiente (falando nisso, estava lendo sobre Nikola Tesla, que cara fascinante, a quem não conhece clique aqui, recomendo fortemente). O fato é que após nos aprofundarmos tanto em questões antropológicas, filosóficas e bla,bla , quando você volta ao cotidiano, e se depara com uma questão tão primária e...babaca dessas "Obama por ser o primeiro presidente negro dos EUA" (Há, mea culpa aqui sobre os "poetas negros") O cara vai ser mais um presidente e ponto.
Se eleito vai ser o primeiro Barack Obama presidente dos EUA. Se o McCain for eleito, será o primeiro McCain eleito.Porque nunca nem um, nem o outro estiveram naquele posto, e nunca mais haverá nem um, nem o outro que ocupará novamente o tal cargo. As pessoas são únicas como indivíduos,insubstituíveis, talves por isso sentimos tanto a perda de alguém querido. Seja para a morte, seja pela saudade da distancia, sei la.

Voltando...

O que seria ser "negro"? O que define o "negro"? Ter ancestrais africanos? Só a pele? Até que ponto isso importa?

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O que nos define é a nossa personalidade, nossa formação, valores, o que nos torna seres pensantes, principalmente: seres.
Nesse contexto, ter uma descendência de determinada área do mundo pode no máximo influenciar de alguma forma sua formação, através da cultura e tal (o que não parece ser o caso do Obama, foi criado pela mãe nos EUA e só viu o pai uma vez aos 12 anos)

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Resumindo, se a cor da pele dele for negra, ou vermelha com bolinhas, isso não fará a menor diferença, a sua mente, os seus valores, e capacidade é que sim, farão a diferença.

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Eu sei que falar da questão de raça é chover no molhado, um lugar comum, mas é impressionante como podemos ter a capacidade de chegar a conclusões tão sofisticadas, milénios de pensadores e obras filosóficas fantásticas e ainda hoje essa questão da "raça"( Daí, se pensarmos que a apenas 50 anos atrás uns caras resolveram matar 6 milhões de pessoas só porque viam Deus de uma forma diferente...Dá um nó no celebro).

sábado, 20 de setembro de 2008

Felicidade

Opa, desculpa ae a demora gente.
Descobri que o blog tem duas fãnzocas super fofas, pessoas que moram no meu coração e significam muito para mim, então, com o incentivo super especial, vamos lá =)

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Tava refletindo sobre a questão da felicidade, ainda engatilhando como filósofo, nunca a definição de sabedoria/ignorância socrática fez mais sentido do que para mim agora: Só sei que nada sei. Quanto mais aprendo, mais descubro que não sei de nada e vou continuar não sabendo, por mais que continue aprendendo =P.

Enfim, muita gente boa, gerações antes de mim, chegaram a (óbvia...Duhhh) conclusão de que a felicidade não é uma grande meta a ser alcançada na vida (ter um filho,plantar uma árvore, escrever um livro, ou na versão suíça, juntar dinheiro, investir em minas de diamante na África, comprar uma Villa e uma ferrari e esperar a morte). A felicidade seria uma serie de pequenas conquistas, de pequenas sensações, partes de, aí sim, um todo. Pequenas plantinhas de um jardinzinho, que precisam ser cultivadas, cuidadas, eventualmente novas plantadas. Pessoalmente seria dar uma gargalhada com um amigo verdadeiro, ver os olhos da mulher que você ama brilharem por você, ficar horas esquecidas vendo o por do Sol no quebra mar da Barra, ouvir, mesmo ao longe, gritinhos e risos de crianças brincando em algum playground.

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"Tá e daí? Tudo isso é o mais do mesmo" provavelmente você vai me dizer.
Sim, mas o bacana é que me liguei que a concepção (real) de felicidade pode transcender outra coisa que passei boa parte da minha existência pensando. Um pensamento completou o outro, foi muito interessante, vou tentar resumir:

Sempre pensei que nossa existência é muito curta, tão curta que nos torna insignificantes, esmagados por milhões de pessoas que nasceram e morreram antes de nós, e outros milhões que nasceram e morrerão depois de nós, sendo nós somente um insignificante pedaço de uma longa corrente. Podemos viver no máximo, estourando, 110 anos, num universo de milhões de anos. Nascemos atrazados, estamos todos nús e nada que façamos poderá mudar isso. Somos uma gota no oceano. Cheguei a conclusão de a única forma de não ser esquecidos em duas ou três gerações (você sabe alguma coisa sobre o seu tio-avô?) seria deixar algum legado, fazer algo tão especial que marcaria nossos nomes na história, tal qual alguns seres excepcionais (não necessariamente bons) que são lembrados/admirados/odiados eras depois de sua morte.

Beleza, viajei na maionese, e o que isso tem haver com a felicidade (se você leu esse texto chatérrimo até aqui vai ganhar um doce) . Agora finalmente chego onde quero. Tava olhando uma foto, de um momento bonito e inesquecível do passado. Era um dia de sábado, um sol lindo, em São Paulo, com uma pessoa marcante. Sabe aquele sol de fim de semana pela manhã, cujo os raios iluminam as folhas das árvores e gramas de uma forma meio especial? Aquela luz bonita... Tava aqui pensando, nessas poucas e inesquecíveis horas vivi uma plenitude. Não precisava acontecer mais nada, era completo. Nem ferrari, nem villa, nem diamantes africanos. Só aquele parque, aquela garota incrível, o Sol.

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Em momentos assim, de plenitude, de verdadeira felicidade ficam marcados em algum lugar do universo, quando vi a tal foto, eu meio que pude me transportar a alguns anos atrás. Voltei por alguns instantes a ser aquele Felipe já morto a alguns anos e ver novamente aquele pequeno feixe de luz que, sapeca, conseguiu passar por entre as folhas das árvores e refletir nos cabelos dela, naquele fim de semana esquecido no Trianon...Posso não ter deixado um legado como Sócrates, Platão, Filipe II da Macedónia ou sei la...Mais ai que tá. Isso realmente importa?
Eu vivi aquele momento, ele é meu e está registrado em algum lugar do tempo, aconteceu e nada poderá mudar aquilo, nada pode me tirar isso, e nem Alexandre o Grande pôde viver aquele momento, só eu.

Logo, partindo da concepção de que o mundo pode ser algo pessoal, ser aquilo que VOCÊ sente e vê, e interpreta (já parou para pensar se alguém que come, sei la, frango com você, sente o mesmíssimo sabor que você? Exemplo bobo e simples, obviamente as sensações e sensibilidade para interpretar o mundo, viver varia de pessoa para pessoa) no MEU mundo um bom momento de verdadeira felicidade, de plenitude, algo tão igualmente grandioso quanto, mas intimo e pessoal, pode ser mais importante que deixar um legado e ser lembrado.

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Isso tudo estive pensando hoje, meu aniversário, enquanto me lembrava do meu país e as coisas que deixei para trás, provavelmente amanhã vou reler isso e ficar com vergonha de ter publicado tanta asneira...